terça-feira, 12 de janeiro de 2010

apenas desconhecidos ou cúmplices são capazes de dividir companhias silenciosas. e quando isso acontece com os ultimos é como se as nossas respirações conversassem e a energia dos nossos pensamentos abrisse uma fenda no ar formando uma bolha onde podemos habitar sozinhos. foi aí que passamos a tarde de domingo, sentados nas poltronas escondidas do café francês. foi também dividindo o silencio que passamos a segunda-feira na biblioteca. é bem capaz que nos ultimos dias tenhamos falado menos por palavras do que por silêncios. e escrevemos sobre ele para podermos viver sua calma mais uma vez. lembrar que esse lugar existe quando a respiração ficar ofegante ou a voz falhar. ontem antes de dormir o livro que eu lia também falava de nós - “o silêncio absoluto era poderoso demais quando a pessoa se entrega a ele por um instante, seu encantamento difícil demais de desmanchar”. de novo a nossa vida sendo vivida ao som de ecos sintéticos. eu apertei os olhos para tentar encontrar o brilho da lua, mas o céu estava escondido por uma cobertura marrom. havia apenas o silêncio abafado pela neve. não foi difícil adormecer.

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