segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Night Meer



estávamos os tres na janela olhando aquela árvore que cresce no jardim dos fundos do prédio de vcs. ela estava coberta de neve, mas não estava seca como as árvores daqui. suas folhas estavam verdes e úmidas. também não havia neve no chão, apenas nos galhos. era como se a neve tivesse brotado da própria árvore. era como se ela tivesse virado uma cerejeira florida. os sinos tocaram e eu me surpreendi. eu disse que nunca havia reparado que havia uma igreja perto da nossa casa e nem que os sinos dessa igreja costumavam tocar. era a primeira vez. ficamos quietos por um bom tempo, primeiro ouvindo o sino terminar de tocar. depois ouvindo o silêncio. ficamos tanto tempo em silêncio que uma hora eu me perguntei se na verdade deus não seria o silêncio. eu perguntei o que vcs achavam e vcs disseram que era bem capaz de eu estar certa. mas sabíamos que nunca saberíamos a resposta. ficamos de novo quietos, apoiados no parapeito da janela olhando para a árvore do quintal. a casa vazia logo atrás dela e um pedacinho da rua ao fundo. ficamos assim, quase parados, até o fim. e nossas pernas não se cansaram.

agora eu penso se o silêncio não seria apenas muito de nós mesmos. e essa seria exatamente a mesma conclusão da que cheguei no sonho.

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